Cia de Teatro Tefilah (imagem sedida pelo grupo) |
A Luísa então explicou-nos onde surgiu o projecto "Tefilah": "Este projecto surgiu na Quinta da Paz. Na altura o Jan pediu para passar a mensagem aos jovens através de teatro visto que apenas pregação era muito cansativo pois existiam jovens que nunca tinham ouvido falar de Jesus. O grupo iniciou com jovens de várias denominações, ou seja, nunca foi só de uma igreja, como se constou na altura, que seria de Leça ou só da Quinta da Paz, nunca foi nada disso. O alvo inicial foi não ficar só na Quinta da paz, porque era apenas uma vez por mês, nos Sábados de Quinta e achamos um desperdício, visto que eram jovens com muito talento, usarmos esse talento apenas uma vez por mês. Falamos com o Jan e dissemos que visto que estávamos na Quinta seriamos o ministério de teatro da Quinta da Paz, mas quando não estamos na Quinta, iriamos escolher um nome para podermos ir a escolas e para as ruas. Conseguimos, então, entrar em
Luísa Ferreira (Líder da Cia de Teatro Tefilah) |
O grupo, neste momento, é composto por membros de cinco igrejas.
Em relação à preparação das peças, temos algumas pessoas com a capacidade de pegar numa história, passa-la para papel e fazer uma peça. Uma dessas pessoas é o Wagner que pertenceu ao Jeová Nissi, o Ronie que estudou artes numa faculdade no Brasil formado em teatro, o Isaías que é estudante, tem muita imaginação e eu de alguma formação que tive no Brasil também dou formação de expressão facial por isso, em conjunto, trabalhamos para que consigamos obter o objectivo da peça e temos conseguido até hoje. Não é fácil, mesmo! Eu venho para o Porto à sexta-feira à noite porque temos oração todas as sextas-feiras.
Neste momento somos dez pessoas e já actuamos em Itália, já fomos a algumas escolas, congressos, etc. É muito porque vieram pessoas dos E.U.A., do Brasil e mais uma nação, juntaram-se a nós cujo objectivo é, algo pelo que temos lutado há muito, trabalhar em união. É algo que não é fácil, pois no inicio o nosso grupo chocou contra uma muralha muito grande chamada religião.
Nessa área da religião, inicialmente, foi muito difícil para o grupo. Muitas portas fechavam-se, principalmente por saberem que não éramos todos da mesma igreja, que não éramos uma igreja, algo que nas outras nações é muito vulgar encontrar, aqui é algo diferente, então choca. Não é louvor, ficam logo com o pé atrás. E ficam aquelas perguntas: Não há pregação? Não usam fato e gravata? E ainda para mais as nossas peças chocam principalmente quem é religioso.
Eu venho de uma igreja tradicionalista, estive lá 15 anos e dou graças a Deus porque tive um encontro com o Espírito Santo ainda lá e "bati de frente" com o facto de ser tradicional.
Fomos há um tempo a uma igreja assim mais tradicional, foi tão lindo ver o agir de Deus! Como Deus nos concedeu a oportunidade de levar a peça mais "louca" que temos, onde mostra as pessoas muito espirituais e por fim não são nada do que mostram. É mesmo uma peça muito doida onde se berra muito, eu faço de uma mãe dona de casa maluca, que passa a vida a ungir a casa, entro nas "retetes" e tudo isto numa igreja tradicional. Quando lá chegamos eu pensei que não iríamos ser muito bem interpretados mas foi tão lindo ver o trabalhar de Deus que as pessoas foram à frente receber oração.
Eu já vejo o mover de Deus nesta nação. Estamos na fileira da frente na batalha, estamos a desbravar o terreno que ainda está muito bravo aqui em Portugal e por isso é que nós nos reunimos para estudo, oração porque estamos mesmo na fileira da frente e levamos com tudo.
Vou contar um testemunho que se passou num congresso de uma igreja onde fomos actuar onde o objectivo era haver vinte e quatro horas de louvor e adoração mas não foi possível. A pastora dessa igreja levava uma pregação preparada de casa e durante o teatro um dos jovens foi usado por Deus para falar exactamente a mensagem que a pastora iria pregar. Foi ao pormenor de todos os versículos que Deus lhe tinha dado em casa. Quando a pastora subiu ao palco ela disse que não iria pregar pois eu não era religiosa, porque tudo o que ia falar, até os versículos, um por um, Deus usou o jovem para falar. O que é que iria fazer? Teria de fazer papel de religiosa por ter de haver uma pregação? Foi muito bonito ver o mover de Deus naquele lugar e ver que as pessoas já têm uma abertura do género de não ser preciso uma pregação de Bíblia na mão como é costume para passar a mensagem. Os jovens, principalmente, são muito atraídos pela arte. Eu creio que este ministério é muito virado para os jovens, embora os pessoas menos jovens também adiram mas os jovens são mais ligados às artes."
Durante uma ministração (imagem cedida pelo grupo) |
A Cia de Teatro Tefilah dá formação a quem se quiser juntar ao grupo, dá workshops de dança, com o Wagner que é professor de dança, de teatro em igrejas, etc. A Cia de Teatro Tefilah alem de ensinar a técnica também trabalham o espírito porque é das coisas mais importantes onde quase sempre há cura de emoções, porque o workshop de teatro trabalha muitas emoções e como as pessoas são levadas ao máximo de ter que berrar, deitar fora sentimentos como por exemplo a raiva e libertam muitas pessoas.
"Já tivemos experiência de no fim do workshop mandarmos as pessoas deitarem no chão para falar com Deus e quando nos apercebemos as pessoas estão todas a chorar enquanto falam com Deus."
A Cia de Teatro Tefilah não usa "placas" de identidade. Na opinião da Luísa a identidade muitas vezes é usada como uma placa que separa. O principal objectivo é levar Cristo.
Neste momento a Cia de Teatro Tefilah tem uma parceria com o grupo Radiação do Instituto Canzione, onde o louvor das igrejas trabalham em conjunto com o grupo Radiação e os Tefilah levam a palavra através da representação. O objectivo deste género de iniciativas é acabar com a rivalidade de igrejas (a minha igreja é melhor que a tua), apelar à unidade entre igrejas e levar o amor de Cristo.
Deus usa também o teatro para ministrar cura "... fomos a um culto, fizemos o apelo e as pessoas vieram para a frente e ajoelharam-se mesmo sem ninguém ter pedido..." A Luísa é da opinião de que a igreja é um hospital onde os crentes, julgando que devem estar sempre felizes, entram com uma máscara mas não devem usar "máscaras", devem entrar de coração aberto e verdadeiro com Deus e o teatro muitas das vezes funciona como um "quebra máscaras". "... eu muitas vezes costumo dizer que as igrejas têm um balde invisível cheio de mascaras onde as pessoas pegam numa quando entram e devolvem quando saem."
O teatro dentro de igrejas, como faz a Cia de Teatro Tefilah, é uma pregação representada e as pessoas se identificam muitas das vezes devido a representações de situações quotidianas.
A Cia de Teatro Tefilah tem como projecto futuro a abertura de uma escola de artes principalmente para crianças de bairros desfavorecidos, a fim de lhes dar amor, carinho, atenção e ensinar artes como dança, representação, etc. Outro dos objectivos é trazer a loucura por Deus para Portugal.
Esta é a Cia de Teatro Tefilah relatado pela líder Luísa Ferreira.
Repórter: Hellen Pereira
Fotografo: Daniel Albuquerque
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